sábado, 16 de julho de 2011

Cruel Cupido

Cupido, se estás a me escutar saiba que odeio-te
Embebida em malícia foi a ponta da tua flecha
No lado esquerdo do meu peito fizeste mira
Com tua seta maldita alvejou-me
Enfeitiçou-me com tua magia pagã!
Fez-me perder toda a minha altivez
E humilhar-me totalmente aos pés Dela
Eu, que sempre fui alguém orgulhoso
Por ela desci mais fundo do que Orfeu desceu por Eurídice
Porém vão foi meu sacrifício
O coração dela já a outro pertencia
Com ele foi-se para sempre
Deixando-me sozinho
Tendo a dor como minha única e inseparável companheira
Filho de Vênus, chamas isto de amor?
Subestimar os sentimentos dos mortais
Para depois simplesmente os decepcionar?
Isso não é amor
É maldade, é tortura, é crueldade
Cupido, não és um deus caprichoso
Não és um querubim libertino
Nem ao menos és uma criança traquina
Tu és apenas um demônio pervertido
Que diverte-se com o sofrimento dos filhos dos homens
Mas quem conhece a verdade?
Talvez tu nem existas realmente
E sejamos apenas nós, tolos
Que vivemos nos apaixonando em demasia.